Quando o Zero a Zero Não Diz o Que Foi o Jogo
No Estádio Municipal José Chiappin, carinhosamente conhecido como "dos Pássaros", em Arapongas, o placar teimou em não sair do zero, mas quem esteve presente sabe que os números nem sempre contam a história completa. Laranja Mecânica e Galo Maringá protagonizaram um daqueles raros espetáculos onde o 0x0 é apenas um detalhe burocrático no boletim da partida.
Imagine a cena: uma tarde de sábado em Arapongas, 298 almas corajosas desembolsaram seus preciosos reais (somando exatos R$ 2.900,00 na bilheteria) para testemunhar o que, no papel, parecia ser apenas mais um jogo da Segunda Divisão do Paranaense. Mal sabiam eles que estavam prestes a presenciar um verdadeiro balé tático onde as redes, por pura teimosia, recusaram-se a balançar.
O Laranja Mecânica, comandado pelo estrategista Rodrigo Casagrande, entrou em campo com seu tradicional uniforme cor de... bem, laranja (quem diria?). Do outro lado, o Galo Maringá de Rafael Andrade, líder da competição, vestia seu elegante preto, como quem diz: "Viemos para o funeral das esperanças alheias". Mas o que se viu foi um duelo de titãs da Segundona Sanepar.
Thiagão, o goleiro do Laranja, e Caio Bolonhin, guardião do Galo, devem ter feito algum pacto secreto antes da partida. "Hoje ninguém marca, combinado?" E assim foi. As defesas impermeáveis transformaram atacantes em meros figurantes de um filme onde o clímax nunca chega.
O meio-campista Diego Gustavo, do Laranja, e Leandro Cordova, do Galo, travaram um duelo particular no meio-campo que faria Zidane e Maradona aplaudirem de pé. Passes precisos, dribles desconcertantes e uma disposição física que faria maratonistas profissionais questionarem suas escolhas de vida.
As substituições? Obras-primas de desespero tático. Casagrande trocou Guilherme Eulálio por Gabriel Mello como quem troca um pneu em movimento. Já Rafael Andrade, ao colocar Junnior Batata (sim, com dois "n" mesmo, provavelmente para compensar a falta de gols) no lugar de Adiel, parecia dizer: "Se não dá para vencer com técnica, vamos tentar com um nome que soa como apelido de jogador de várzea."
O árbitro Andre Ricardo Martins teve o trabalho mais tranquilo de sua carreira. Nem amarelos, nem vermelhos. Os 22 jogadores em campo pareciam ter saído de um retiro espiritual, tamanha a paz que reinava no gramado. Até os bandeirinhas, Nathan Martins e Paulo Henrique, devem ter checado várias vezes se suas bandeiras ainda funcionavam.
E assim, após 90 minutos de um futebol que oscilava entre o sublime e o desesperador, o placar permaneceu virgem como o primeiro dia de aula de um calouro. O 5º colocado Laranja Mecânica e o líder Galo Maringá dividiram os pontos, mas não dividiram a emoção com ninguém – ela foi generosamente distribuída para cada um dos 298 pagantes.
Agora, o Laranja se prepara para enfrentar o PSTC em Alvorada do Sul, enquanto o Galo terá pela frente o Patriotas em Paranaguá. E nós, amantes do futebol paranaense, seguimos na esperança de que, talvez, na próxima rodada, alguém se lembre de como é que se faz um gol.
Análise da Partida
O confronto entre o 5º colocado Laranja Mecânica e o líder Galo Maringá pela 6ª rodada da Segundona Sanepar 2025 foi marcado pelo equilíbrio tático e pela solidez defensiva de ambas as equipes.
O goleiro fecharam o gol
Apesar do placar sem gols, a partida foi rica em alternativas ofensivas e boas jogadas, com os dois times criando oportunidades que não foram convertidas em gol graças às boas atuações dos goleiros Thiagão e Caio Bolonhin.
Os times
O Laranja Mecânica, jogando em casa, mostrou organização tática e conseguiu neutralizar o ataque do líder da competição. Por outro lado, o Galo Maringá demonstrou por que ocupa a primeira posição, com uma defesa sólida e contra-ataques perigosos.
Como fica
O resultado mantém o Galo Maringá na liderança da competição com 14 pontos, enquanto o Laranja Mecânica segue na quinta ( parcial ) colocação com 6 pontos, segue firma em busca da classificação para a próxima fase.
Ficha Técnica
Laranja Mecânica
Técnico: Rodrigo Casagrande
1-Thiagão (goleiro)
2-Marquinhos
3-Zé Adilson
4-Bianconi
6-Guilherme Eulálio (substituído por 16-Gabriel Mello)
5-Diego Fracarolli
8-Diego Gustavo
10-Caio (substituído por 13-Samir)
7-Italo Magnata (substituído por 15-Harison)
11-Filipe (substituído por 14-Savio)
9-Emanuel (substituído por 18-Lucas Emanuel)
Galo Maringá
Técnico: Rafael Andrade
1-Caio Bolonhin (goleiro)
2-Romailson
3-Márcio Júnior
4-Nailson
6-Júnior Prego
5-Michelon (substituído por 20-Fabio Magrão)
8-Davi de Souza (substituído por 15-Fabricio Lusa)
7-Eli Júnior (substituído por 17-Dhiordan Rhuan
10-Leandro Cordova
11-Guilherme Papaléo (substituído por 23-Cristhyan Noto)
9-Adiel (substituído por 19-Junnior Batata)
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Vinícius Mendes