Futebol Nacional

Quinta divisão no futebol brasileiro: SÉRIE E em debate

Análise da proposta da Série E no futebol brasileiro: contexto, liderança de Rogério Siqueira, posição do novo presidente da CBF Samir Xaud e impactos. Veja!

Série E no Futebol Brasileiro: A Proposta em Debate

A eleição de Samir Xaud para a presidência da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) reacendeu uma discussão importante nos bastidores do esporte nacional: a possível criação da Série E, uma quinta divisão para o Campeonato Brasileiro. Esta proposta, que não é inédita, ambiciona uma reestruturação profunda das categorias de acesso, buscando oferecer um caminho mais estável e oportunidades ampliadas para um número maior de clubes em todo o país.

Contexto Histórico e a Liderança de Rogério Siqueira

Embora tenha ganhado novos contornos recentemente, a ideia de uma quinta divisão circula há tempos entre clubes, especialmente aqueles que militam na Série D. O impulso atual vem, em grande parte, da articulação liderada por Rogério Siqueira, presidente do ASA de Arapiraca e figura central na representação dos times da Série D junto à Comissão Nacional de Clubes (CNC). Siqueira já havia levado a pauta à gestão anterior da CBF, comandada por Ednaldo Rodrigues, mas encontrou barreiras, principalmente de ordem financeira.

Com a chegada de Samir Xaud ao comando da entidade máxima do futebol brasileiro, Siqueira e outros entusiastas do projeto enxergam um cenário mais promissor. Conforme apurado pelo jornal Diário do Nordeste, existe a percepção de um "ambiente institucional mais favorável para evoluir", alimentando as esperanças de que a reestruturação possa finalmente sair do papel.

Os Detalhes da Proposta de Reestruturação

A proposta defendida por Rogério Siqueira, conforme detalhado em entrevistas a portais como SóEsporte e Diário do Nordeste, baseia-se em uma reorganização significativa das divisões inferiores. A ideia central é, primeiramente, reduzir drasticamente o número de participantes da Série D. O plano prevê uma diminuição dos atuais 64 times para 32 em uma fase inicial, com o objetivo final de chegar a 20 clubes, espelhando o formato já consolidado da Série C.

Em paralelo, seria criada a Série E, que absorveria o formato atual da Série D, contando com 64 participantes. Essa mudança resultaria na abertura de 20 novas vagas em competições de âmbito nacional. Um ponto crucial da proposta é o critério de transição e acesso: os 32 clubes que alcançassem a fase de mata-mata na última edição da Série D com 64 times garantiriam sua permanência na nova Série D (reduzida). A Série E, por sua vez, se tornaria a porta de entrada oficial para o sistema de divisões nacionais.

Siqueira justifica a necessidade da mudança argumentando que a Série D, em seu modelo vigente, funciona quase como uma anomalia, sendo a única divisão onde a vasta maioria dos participantes "entra rebaixada". Isso ocorre porque as vagas são majoritariamente conquistadas ano a ano, através do desempenho nos campeonatos estaduais e copas regionais, sem oferecer uma perspectiva de continuidade para grande parte dos clubes. A criação da Série E, nesse contexto, visaria estabelecer uma base mais sólida e previsível para o acesso e a permanência nas competições nacionais.

A Posição (ou a Falta Dela) de Samir Xaud

Apesar da expectativa gerada em torno da nova administração da CBF, o presidente Samir Xaud, eleito em maio de 2025, direcionou suas primeiras ações e discursos para outras frentes consideradas prioritárias. Temas como a adequação do calendário do futebol brasileiro, com a proposta de limitar os campeonatos estaduais a um máximo de 11 datas, a implementação de mecanismos de fair play financeiro e o incentivo à criação de uma liga de clubes para gerir o Campeonato Brasileiro dominaram suas manifestações iniciais, conforme ampla cobertura da imprensa (GE Globo, CNN Brasil, entre outros).

Notavelmente, a Série E não foi mencionada por Xaud como um dos focos imediatos de sua gestão. Essa ausência foi observada e comentada por veículos especializados, como a página "última divisão" no Instagram, dedicada às categorias inferiores. Segundo a página, Xaud raramente abordou o tema das Séries C e D em suas entrevistas, limitando-se a "uma frase sobre Série E, quando foi perguntado sobre isso no Charla [podcast]".

Portanto, embora a gestão de Xaud possa representar uma janela de oportunidade para o debate, ainda não há um compromisso público ou um endosso claro do novo presidente da CBF à criação da quinta divisão.

Próximos Passos e Cronograma Potencial

A concretização da Série E depende, fundamentalmente, da aprovação da proposta pela CBF. Caso receba luz verde, a expectativa, segundo informações do portal SóEsporte, é que sua implementação ocorra, na melhor das hipóteses, a partir da temporada de 2026.

Conclusão: Um Projeto Concreto em compasso de Espera

A proposta para a criação da Série E representa um projeto articulado e com objetivos claros, impulsionado por representantes legítimos dos clubes que formam a base do futebol nacional. Busca-se uma reestruturação ambiciosa, capaz de oferecer maior estabilidade e oportunidades nas divisões de acesso. Contudo, apesar do cenário potencialmente mais receptivo sob a nova presidência da CBF, o projeto ainda aguarda um posicionamento definitivo e um apoio explícito de Samir Xaud para ganhar tração e se tornar realidade. O futuro da quinta divisão, por ora, permanece em compasso de espera.

Referências

Diário do Nordeste: https://diariodonordeste.verdesmares.com.br/jogada/criacao-da-serie-e-do-brasileiro-volta-ao-debate-com-samir-xaud-novo-presidente-da-cbf-1.3654169

SóEsporte: https://soesporte.com.br/cbf-estuda-a-criacao-da-serie-e-do-campeonato-brasileiro/

GE Globo (Discurso Xaud): https://ge.globo.com/futebol/noticia/2025/05/25/samir-xaud-fala-pela-primeira-como-novo-presidente-da-cbf.ghtml

Instagram (Última Divisão): https://www.instagram.com/p/DKNQwbzPq8M/


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